quinta-feira, 5 de junho de 2008

Dois homens, em uma jornada fabulosa.

Os fatos que se seguem são totalmente ilustrativos.
Na penumbra de uma noite de inverno se nota a uma distancia relativamente grande duas pessoas, apenas porque ambas estão fumando, mas o que duas pessoas estão fazendo na rua sozinhas com a hora já avançada. Com muito espanto tentarei relatar aos leitores o que estava acontecendo.
Sem fazer nem um tipo de barulho me aproximei para ouvir o teor de tão sorrateira conversa, a primeira frase me deixou perplexo, um dos homens aparentando mais idade, com a barba por fazer, isso se um dia o fora, falou as seguintes palavras: “e então já esta pronto para discutir os testes feitos com a maquila que nos deu a chance de aplicas nossas teorias das maneiras que pretendíamos e onde fosse de nosso interesse”. Eu como historiador pensei logo, que maquina fabulosa, e logo depois pensei, como eu queria possuir uma dessas, mas como não possuía continuei ouvindo a conversa, que agora me parecia muito mais apreciável. O outro homem, aparentando jovialidade, prontamente disse: “os testes já são conclusivos e iniciarei tão importante discussão”. Cada vez ficava, mas instigado para saber o que eles haviam estudado, mas sabia que logo minha curiosidade seria acalentada.
O homem jovial então começou a falar a seu colega: “a maquina funcional perfeitamente, pude mudar as pessoas como se fossem pedras de um jogo de xadrez, fiz o que quis, e o que vou relatar agora foi rigorosamente o que aconteceu. Comecei meu trabalho na decadente Europa do século XIV, tirei dela todos os vícios do feudalismo, dei a paises como Inglaterra, França e Alemanha navios maravilhosos para que descobrissem o novo mundo e neles implementassem a maquinaria e grande industria. Até aqui tudo correu como eu esperava, eles colonizaram da maneira que eu pretendia, industrializando e fortalecendo todos os paises e depois libertando-os. Isso aconteceu em todo o globo, então passei para a próxima fase. Com todos os paises industrializados implantei o comercio global, você precisava ver como tudo funcionava perfeitamente. Cada pais produzia de acordo com as necessidade do mercado e vendia a bons preços e as pessoas eram felizes. Todos tinham bom salários, patrões e empregados viviam em plena harmonia. Então como havíamos combinado, na ultima etapa deixei de controlar as pessoas e passei a ser um simples observador. Aí você não pode acreditar no que aconteceu, algumas pessoas começaram a querer cada vez mais dinheiro, e para isso começaram a explorar outras reduzindo salários e deixando seus semelhantes viverem na miséria, sem nenhum direito a aproveitarem as maravilhas do mercado que eu criei, porque não possuía nem para comer, quem dirá para se divertir. E isso foi só piorando, depois vieram outros que eram mais gananciosos, e descobriram a especulação do capital para ganhar ainda mais dinheiro. Não deu outra meu amigo, se formou um grande abismo econômico entre as pessoas, o que levou a seguidos conflitos e ao fim. Até agora não consigo acreditar no que aconteceu, mas e os seus testes como foram”.
O senhor barbudo então começa suas considerações: “como no seu caso, colega, a maquina comigo funcionou perfeitamente, e tive a oportunidade de fazer o que bem quis e o fiz. Voltei a data em que o primeiro homem cercou um pedaço de terra e disse em voz alta isso é meu, você sabe meu amigo que nesse dia surgiu no mundo uma coisa chamada propriedade privada. Simplesmente tirei da cabeça dele essa idéia e deixei o mundo seguir, sem nenhum tipo de interferência, e fui observando. Olhei século a século e as pessoas estavam felizes desenvolvendo tecnologias necessárias para sobreviverem e compartilhado todas as maravilhas de nossa terra querida. Evoluíam seu modo de produção para atender as demandas cada vez maiores de uma população que crescia a olhos vistos. Claro que eles tinham seus problemas e suas discussões, isso é do próprio ser humano. Mas em nenhum momento alguém quis ter mais que outro, porque todos tinham suas necessidades atendidas pelo trabalho em conjunto. No fim escorreu uma lagrima do meu olho, então desliguei a maquina e tive a certeza de que estava certo. Dessa forma suas palavras não me assuntaram, eu já imaginava que suas conclusões seriam catastróficas”.
Não me segurei, sai de meu esconderijo, tinha que saber quem eram essas pessoas. Me aproximei e perguntei, quem são os distintos senhores? O senhor de barba me disse sorridente, sou Karl Marx, e o meu colega que chora abaixado logo ali é Adam Smith.

Do nada sinto uma vibração e tudo some, abro meus olhos e vejo minha mãe acordado-me para o trabalho. Tudo foi um sonho, o pior foi saber que vivo no mundo que não deu certo.

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